Ramon Díaz assume protagonismo no planejamento do Inter, que aposta em base e mercado baixo para 2026
- 31/10/2025
Estratégia moldada pela realidade financeira
O Internacional já começou a traçar o planejamento para 2026, e a palavra de ordem no Beira-Rio é adaptação. Com um cenário financeiro delicado, dívidas superiores a R$ 800 milhões e limitações claras para grandes investimentos, o clube definiu um modelo de mercado baseado em jovens da base, atletas livres e empréstimos. Ramon Díaz, que permanece no comando, será peça-chave na construção desse processo, participando diretamente das decisões sobre perfis e prioridades.
O presidente Alessandro Barcellos reforçou o cenário ao torcedor em entrevista recente. Com transparência, reconheceu a gravidade do momento e a impossibilidade de investimentos robustos. Mais do que isso: pediu apoio e paciência, destacando que o clube precisa priorizar responsabilidade financeira sem abandonar a competitividade em campo. “O cobertor é curto”, resumiu o dirigente, deixando claro o tamanho do desafio.
A participação ativa de Ramon Díaz no planejamento é vista internamente como um pilar importante. O treinador já sinalizou disposição para trabalhar com talentos das categorias de base, potencializar jovens e buscar soluções criativas. A ideia é replicar modelos bem-sucedidos do passado, onde a espinha dorsal do time foi formada em casa, complementada por atletas experientes com custo acessível.
SAF em debate e movimento estratégico no Conselho
Paralelamente às decisões esportivas, o Conselho Deliberativo do Inter formou um grupo para estudar alternativas estruturais e financeiras. Entre elas, a possibilidade — ainda debatida — de transformar o clube em SAF. Não há decisão tomada, mas o tema ganhou força diante das dificuldades atuais e deve ter uma definição ao longo da próxima temporada.
Barcellos, porém, evita aprofundar discussões públicas enquanto o time vive reta final do Brasileirão Betano, lutando para se afastar da zona de rebaixamento. Com quatro pontos de vantagem para o Z-4 e apenas oito rodadas restantes, o clube entende que o momento exige foco total no presente para garantir um 2026 com a elite nacional assegurada.

Essa postura é apoiada por Ramon Díaz e sua comissão, que vêm trabalhando para manter o grupo equilibrado e competitivo. O treinador, apesar das limitações, mantém a confiança no potencial do elenco e no surgimento de novos protagonistas vindos da base colorada. O discurso interno é de união, resiliência e construção coletiva.
Base como solução e aposta de futuro
A direção acredita que 2026 pode marcar o início de uma nova fase no clube, com maior protagonismo de jovens formados no CT Parque Gigante. Atletas como Bruno Henrique, Rômulo e Lucca já começam a ganhar espaço, e a expectativa é que outros nomes sejam integrados gradualmente ao time principal. A filosofia é clara: desenvolvimento, paciência e transição planejada.
O mercado seguirá sendo monitorado em busca de oportunidades. Jogadores livres, acordos por empréstimo com divisão salarial e atletas de perfil emergente serão prioridades. A ordem é contratar pouco, mas contratar certo. O clube entende que cada movimento precisa ser cirúrgico, e que o DNA colorado — combativo e formador — deve ser resgatado com força.
Para o torcedor, a mensagem é simples: o Inter entra em 2026 com pés no chão, mas com esperança de que a reconstrução passe por convicção e processo. É planejar pensando no longo prazo, sem abrir mão da competitividade no curto. Ramon Díaz, a base e o apoio da arquibancada serão fundamentais nessa travessia.















